Talvez eu esteja percorrendo o mesmo caminho, na mesma direção, ainda posso ver as marcas dos pneus pela estrada e sentir o cheiro da terra úmida.
Estou cometendo as mesmas insanidades de antes, talvez, somente desta vez, eu esteja cercada por algum pingo de razão, ecoando no fundo da alma algum conselho sensato.
Não preciso de mais marcas, as que possuo já me causam sofrimento e dor suficiente para uma vida toda. Talvez seja hora de parar, respirar, analisar e não preencher grandes expectativas com tão pouca sinceridade recíproca.
Sempre me preenchi com urgências, algumas breves demais, porém, que causaram estragos e deixaram um vazio tão grande que até hoje luto para ocupar. Por falar em ocupar, preciso me ocupar mais.
O coração precisa da liberdade dos batimentos mais lentos, ouvidos necessitam do canto dos pássaros e do barulhinho que a chuva faz quando toca o chão, as pernas precisam caminhar devagar e o rosto precisa do vento que bate quando pegamos a estrada rumo a lugar nenhum.
Este é aquele momento que sentamos na beira da estrada e contemplamos a vista, familiar e estranhamente atraente. Algo me trouxe até aqui, talvez tenha sido a pressa de preencher o vazio da alma ou apenas a vontade de sentir aquele gostinho de poder nas mãos, me levando a pensar que tinha controle sobre aquela situação, porém, não temos controle sobre nada.
Daqui pra frente as prioridades mudam, elas já estão em construção e evolução constante faz um tempo, mas agora preciso desce-las da prateleira e ensiná-las que as criei para que façam algum sentido para mim.
A primeira delas é: "Ame-se! Antes de amar ao outro, coloque-se em primeiro plano e AME-SE"
Karen Fabiane
